É com uma fórmula biológica que uma empresa de origem francesa quer aumentar a proteção de lavouras de soja no Brasil. Nascida como uma agtech, a Elicit Plant acaba de colocar no mercado um produto desenvolvido no país com a proposta de fortalecer a resistência da planta aos extremos climáticos, cada vez mais recorrentes.
Batizado de EliZon, o produto é um fitoesterol (produzido a partir da gordura vegetal), com aplicação foliar. O terreno para os bioinsumos no Brasil é fértil: a marca de R$ 5 bilhões alcançada na safra 2023/2024 representa um aumento de 15% sobre a safra anterior.
Líder da Elicit Plant no Brasil, Felipe Sulzbach explica que o desenvolvimento foi feito em paralelo com a França, a partir da expertise em formulação, e o Brasil, porque se entendeu que era necessário customizar à realidade do país:
— A França é reconhecida por produzir cosméticos, e a ideia surgiu de um dos nossos fundadores. Quando você passa um creme e ele é absorvido, está seco na pele, um protetor solar, é uma baita tecnologia. Eles pensaram, e se eu colocasse isso em uma planta?
Conseguiu se desenvolver uma metodologia para tornar líquida a gordura (extraída do vegetal) e fazer uma formulação específica em água.
— É um produto totalmente biodegradável, ou seja, totalmente pronto para uso — acrescenta Sulzbach.
Ainda conforme o dirigente, no caminho entre o desenvolvimento e o lançamento comercial, os testes feitos, do laboratório ao campo, mostraram um aumento de 8% em produtividade.
— Trazer tecnologia é um passo a mais, no sentido de trazer resiliência à produção — destacou Estael Sias, diretora da MetSul Meteorologia, no debate sobre o tema e que marcou p lançamento da tecnologia.