A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Com o objetivo de seguir tendo o fôlego necessário, enquanto busca a reorganização dos ativos, a Cooperativa Languiru, com sede em Teutônia, no Vale do Taquari, prorrogou a liquidação extrajudicial por mais 12 meses. A medida foi aprovada por unanimidade entre os associados durante Assembleia Geral Extraordinária em Teutônia, no Vale do Taquari, onde fica a sede. Na ocasião, também foi apresentado — e aprovado — um plano de enfrentamento à dívida. O prejuízo chegou a R$ 469 milhões em 2023.
Segundo o presidente-liquidante, Paulo Birck, a prorrogação da liquidação é para fazer o enfrentamento à dívida, visto que a condição impede cobranças judiciais.
— O fato de não termos processos tramitando permite uma organização melhor para combater a dívida — reforça Birck.
A liquidação extrajudicial da Languiru havia sido decretada pelos associados no dia 18 de julho de 2023. Na lei que rege a utilização do instrumento no cooperativismo, há previsão de que possa ser prorrogado por mais 12 meses.
— Nesses primeiros 12 meses, fizemos um desenho da dívida e um estudo de viabilidade financeira. Agora, foi apresentado esse estudo, com um plano de pagamento de credores. E, nos próximos 12 meses, vamos conversar com os credores e os associados para executá-lo — esclarece o passo a passo Gustavo Marques, superintendente administrativo e financeiro da Languiru.
E foi esse estudo que também foi aprovado na assembleia desta quinta. Para efetuar o pagamento dos quase 3 mil credores, o documento prevê novas parcerias e a retomada da compra da produção dos 5,3 mil associados. O objetivo é rentabilizar e reduzir a ociosidade dos ativos da Languiru, não ampliá-los.
Na unidade de rações, em Estrela, com capacidade instalada de 45 mil toneladas por mês, a meta é chegar a 15 mil toneladas. Atualmente, a produção está em 6 mil toneladas no mesmo período.
No laticínio, em Teutônia, a estrutura é de recebimento de 10 milhões de litros por mês. Hoje, chega a 6 milhões de litros. A meta é alcançar toda a capacidade da planta.
E na unidade de aves, em Westfália, a capacidade instalada de abate é de 150 mil aves por dia. Hoje, 25 mil aves são abatidas pela Languiru, e 125 mil aves pela JBS. A meta é retomar a participação da Languiru e reduzir a da JBS: 75 mil aves para uma, 75 mil aves para outra.
Se nada for feito, continua Marques, a dívida levará 30 anos para ser paga. Mas o superintendente pondera:
— Com essa nova configuração, a previsão seria pagar entre sete e 11 anos, mas dependemos da confiança dos associados e dos credores, que eles enxerguem também essa viabilidade, para que isso dê certo.