Ausente das prateleiras há um ano, o leite longa vida da marca Languiru retorna aos supermercados. A previsão é de que, até o final da semana, o produto esteja disponível em mercados mais próximos à sede da cooperativa, em Teutônia, no Vale do Taquari. A retomada faz parte das ações que buscam incrementar receita, na tentativa de aplacar a crise financeira que levou à liquidação extrajudicial em julho de 2023.
O produto será envasado pela Lactalis, com quem a cooperativa mantém uma parceria. É a empresa que tem feito a captação do leite produzido por associados da Languiru, em um acordo costurado em março do ano passado. Paulo Birck, presidente-liquidante, explica por que não está sendo utilizada a planta de processamento e laticínios própria:
—Hoje a cooperativa não possui mais máquina de envase, até porque são investimentos muito altos. É mais fácil envasar o volume de leite vendido. Essa é a flexibilidade que a Lactalis oferece. Não se tem um volume específico que precisa ser envasado, podendo ficar leite no estoque. Essa é a vantagem.
A unidade própria, no entanto, está sendo utilizada para o processamento da linha de iogurtes, bebidas, doce de leite, nata, creme. Conforme Birck, desde a última semana, o iogurte e a bebida láctea da marca já estão sendo comercializados.
Em outra frente de ação, a Languiru avança para a aquisição, pela JBS, do frigorífico de suínos localizado em Poço das Antas. O negócio, que envolve uma cifra de R$ 200 milhões (R$ 80 milhões para a compra e R$ 120 milhões em investimentos), deu um passo à frente com aprovação, pela Assembleia Legislativa, de projeto de lei que permite a utilização de créditos de ICMS para investimentos no Estado.
— Com a efetivação da venda do frigorífico para a Seara, da JBS, teremos uma entrada de capital que será, em parte, investido nas nossas unidades, principalmente na fábrica de rações, que é um bom mercado.
A planta de aves que fica em Westfália está sendo utilizada para processamento próprio e da JBS. Recentemente, obteve o credenciamento para a exportação à China. A unidade tem capacidade instalada para abater até 150 mil aves por dia, mas hoje opera com 80 mil frangos/dia.
Na semana passada, foram apresentados os resultados da cooperativa em 2023. Apesar de ter tido um faturamento bruto de R$ 1,19 bilhão, a Languiru teve uma perda (prejuízo) de R$ 469 milhões.