A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O sabor dos frutos cítricos, tão característicos do inverno gaúcho, estão comprometidos para a próxima estação. Os pomares estão entre os mais afetados pelo efeito da enchente na agricultura do Estado, com perdas quase generalizadas em algumas regiões.
No Vale do Caí, onde os danos são maiores, produtores tiveram pomares completamente inundados em municípios como São Sebastião do Caí, Pareci Novo, Montenegro, Capela de Santana, Maratá e São José do Sul. Nos pomares que não foram tomados pela água, o excesso de umidade somado aos dias de calor apodreceram os frutos, que caíram das árvores.
Menos de 20% da produção de bergamotas e de laranjas havia sido colhida, o que piora o quadro dos produtores.
— Esta safra está perdida. São produtores que perderam tudo. Das variedades ponkan e caí, até 70% está comprometida — dimensiona preliminarmente o assessor da Câmara Setorial da Citricultura, Paulo Lipp.
Na Serra, há pomares que foram arrastados para dentro dos rios devido aos deslizamentos. No Alto Uruguai, os relatos de perdas por enxurrada são menores e mais isolados.
Uma reunião entre Câmara Setorial, Emater e entidades do setor marcada para esta quarta-feira (22) deve detalhar, em números, a dimensão dos estragos. A partir daí, devem-se apontar possíveis soluções ao setor de produção, conforme Lipp.