Com o avanço do greening, que fez o Paraná decretar emergência fitossanitária, produtores e autoridades sanitárias do Rio Grande do Sul redobram a vigilância nos pomares para seguir mantendo o Estado livre dessa que é considerada a principal doença da citricultura mundial. Entre as ações de prevenção estão a conscientização, o monitoramento e a fiscalização. A Secretaria Estadual de Agricultura instalou e monitora, em parceria com a Emater, 198 armadilhas que fazem a captura do inseto psilídeo Diaphorina citri, vetor de transmissão da bactéria. Sem cura para o problema, a árvore afetada precisa ser eliminada.
— É uma doença muito complicada, a pior da citricultura mundial. A emergência (decretada no Paraná) permite um trabalho mais dirigido, uma maior atenção. O greening tem tido um alastramento no país e nos Estados onde ocorre, o pessoal da atividade está bem apavorado — observa Ricardo Felicetti, diretor do Departamento de Defesa Vegetal da secretaria.
O principal efeito da bactéria causadora do greening é a obstrução dos vasos condutores de seiva elaborada, o que vai dificultando a nutrição da parte aérea da planta, ocasionando a morte precoce. Em pomares jovens, explica Felicetti, a sobrevida é em torno de três anos. O grande problema é que uma vez instalada, o controle é "praticamente impossível". Hoje se faz um manejo de erradicação da planta doente.
Entre os sintomas causados está o fosqueamento da planta, que vai ficando amarela, com a intensificação dessa cor em determinadas partes. Os frutos ficam assimétricos. A árvore pode até conseguir produzir, mas os frutos têm a nutrição afetada, perdem sabor e valor comercial.
— É muito sério. Estamos trabalhando em grupos junto a comunidades para mostrar a situação, os problemas e fazer a conscientização, para que os produtores conheçam os sintomas — relata Ivan Streit, produtor e coordenador da Câmara de Citricultura do Vale do Caí, um dos polos de produção de citros do Estado.
Outro desafio é fazer o produtor entender a importância de se manifestar, acionando as autoridades, caso encontre sintomas da doença em seu pomar. Além do monitoramento do inseto vetor, outro trabalho feito pelos fiscais da Secretaria da Agricultura do RS é a fiscalização de mudas, inclusive com barreiras nas estradas. Mudas já infectadas são outro ponto de disseminação da doença. O diretor do Departamento de Defesa Vegetal reforça a orientação para que os produtores usem sempre mudas certificadas, com origem.
Outra frente de atuação são as análises de amostras coletadas em casos de suspeita. Neste mês, foram três coletas, que tiveram resultaram negativo.
Quem acionar
Em casos de suspeita de greening, o produtor deve entrar em contato com a Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, pelo e-mail defesavegetal@agricultura.rs.gov.br ou pelo telefone (51) 3288-6294.