A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
No coração da 29ª Agrishow, em meio a drones, robôs e máquinas agrícolas de última geração, tratores das décadas de 50, 60 e 70 chamam a atenção de quem passa pela feira, que começou na segunda-feira (29) e vai até sexta-feira (3) em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Passado e futuro ficam lado a lado, evidenciando a evolução tecnológica do campo.
— Para inovar e avançar no presente, é preciso saber o que se fez no passado. Nosso objetivo é que os participantes da Agrishow parem no espaço e relembrem como os avós começaram o que têm hoje — diz João dos Anjos, responsável pela exposição Memórias do Campo.
Na quarta edição, a iniciativa trouxe, neste ano, tratores. Todos foram restaurados pela oficina “João Tratores”, de São Carlos, onde fica centralizada as operações e organização do Clube Paulista de Tratores, um grupo de colecionadores – e funcionam!
Com alguns passos da exposição, os visitantes avançam 74 anos e podem chegar a estandes com máquinas de última geração. Lançamentos de caminhões a gás, drones pulverizadores, insumos mais efetivos no combate a pragas e irrigação digital são algumas das inovações no cardápio. Apesar do cenário desafiador, com o preço de commodities em baixa e perspectiva de quebra de safra no Centro-Oeste, os organizadores da feira estimam pelo menos repetir os 13,2 bilhões em negócios encaminhados em 2023.
— É um grande chamariz para fazermos negócios e, sabendo disso, os agentes financeiros e as empresas acabam fazendo propostas interessantes, promoções — avalia Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq).
Para o ano, no entanto, a Abimaq projeta retração de 15% nas vendas.
Novidades até na infraestrutura
As novidades podem ser vistas em todos os cantos da Agrishow, inclusive na sua infraestrutura. Com o termômetro marcando 34ªC, a organização do evento distribuiu diversos pontos de hidratação, com torneiras com água gratuita. A reportagem também não encontrou filas nos banheiros, gargalo comentado por expositores e visitantes na edição anterior. As 13 praças de alimentação também estão oferecendo maior variedade de refeições, com restaurantes, lanchonetes e food trucks.
Mas alguns problemas ainda continuam nesta edição. A falta de energia elétrica em estandes, conexão ruim de wi-fi e acúmulo de lixos em vias são três deles.
A coluna viajou a Ribeirão Preto a convite do Pool Mecânica Comunicação Estratégica.