A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A venda de máquinas agrícolas seguiu com o pé no freio em fevereiro. Levantamento divulgado nesta quarta-feira (27) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) calcula uma queda de 28,2%, na relação com o mesmo mês no ano passado. Em receita, foram R$ 4,3 bilhões faturados pela indústria no período. No acumulado do ano até agora, considerando os dois primeiros meses, a queda também se mantém: 29,7%, com R$ 7,57 bilhões.
À coluna, o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão, citou os mesmos três fatores que contribuíram para a falta de apetite do produtor em 2023: preço das commodities em baixa, impacto climático na safra e juro alto. No ano passado, o setor de máquinas agrícolas fechou com redução de 23,2% na receita, segundo a Abimaq.
— O preço das commodities caiu muito, e isso diminuiu a rentabilidade e influencia no apetite do produtor. A taxa de juro considerada alta e a espera de um novo Plano Safra melhor também. E o impacto climático na safra de verão, que deve encolher a produção — enumera Estevão.
No mesmo levantamento, a Abimaq já aponta uma redução na quantia de postos de trabalho, de 2,8% se comparado com fevereiro de 2023. É um total de 113,5 mil pessoas empregadas no setor. Cenário que não havia se visto no ano passado, quando houve um acréscimo de 0,3% e 118,76 mil pessoas.
Na avaliação de Estevão, a tendência é que haja uma redução neste ano:
— Vai haver readequação, sim, mas será muito pequeno. Nada alarmante.