A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A colheita da safra de soja avança no Rio Grande do Sul à medida que o tempo permite a entrada das máquinas nas lavouras. Aproximando-se da metade, em termos percentuais, o resultado até aqui se mantém dentro das expectativas de normalidade. No informativo conjuntural da Emater mais recente, o progresso da colheita era de 38% no Estado.
No campo, o cenário é de um ano de grandes variações, avalia o assistente técnico em culturas da Emater, Alencar Rugeri. E explica: varia entre algumas boas áreas de colheita e outras dentro da média. Ou seja, é um quadro de produção que, na prática, dança entre expectativa versus realidade:
— É um retrato do que está aparecendo, algumas grandes produtividades e outras abaixo do que se esperava, mas ainda assim dentro da média. Num dia, o produtor colhe 90 e no outro 55 (sacas por hectare) e se decepciona, mas isso é dentro da normalidade.
Neste estágio da safra, por enquanto, a chuva é mais um alerta do que grande preocupação aos produtores. Muitos aproveitaram os últimos dias de tempo firme para acelerar os trabalhos, antes da chegada de novas instabilidades.
Na região Norte, onde se concentra parcela significativa da safra gaúcha de soja, os relatos dos agricultores são de encaminhamentos satisfatórios, considerando-se toda a dificuldade pelo excesso de chuva no início do plantio.
Segundo Rugeri, a colheita deve entrar em momento definidor da safra a partir de agora, com a intensificação dos trabalhos chegando ao “grosso das áreas” estabelecidas dentro da janela de plantio.
A expectativa da Emater é que o Rio Grande do Sul colha 22,2 milhões de toneladas de grãos de soja no ciclo 2023/2024, uma que representaria recuperação de 71% em relação à última safra. Já a projeção da Conab Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica produção somando 21,89 milhões de toneladas, um crescimento de 68,1% sobre o ano passado.