O embarque da primeira carga de noz pecan para os Estados Unidos teve um sabor especial para a empresa Divinut, de Cachoeira do Sul, na Região Central. É que foi em solo americano que a cultura surgiu e se desenvolveu. A relevância e a visibilidade desse destino tornam o acesso um grande cartão de visitas para o produto. Ao todo, foram 24 toneladas, despachadas via porto de Rio Grande, para o mercado americano e o canadense.
— Essa operação pode ser considerada um marco na história da noz pecan brasileira, já que é uma fruta nativa dos Estados Unidos — reforça Edson Ortiz, diretor-presidente da Divinut.
Para além disso, a empresa comemora as negociações em curso — com Rússia, Turquia, Emirados Árabes e Índia — e a "recompra" de produto por mercados recém abertos, como o da Arábia Saudita. Um segundo cotêiner deve ser embarcado ainda nesta semana. O Egito também tem uma segunda carga à vista.
— Estamos tendo a recompra, sinalizando que a noz pecan brasileira está agradando. Isso nos anima muito — completa Ortiz.
No caso dos americanos, para ter acesso foi necessário buscar um registro junto ao FDA (Food and Drug Administration, na sigla em inglês). Com esse aval do órgão em mãos, o caminho para os próximos negócios está aberto, pendente apenas do interesse dos compradores.
A Divinut soma mais de 1,2 mil hectares cultivados com noz pecan. No Brasil, o Rio Grande do Sul é o Estado que concentra a produção nacional, com cerca de 80%. A safra a ser colhida no ciclo 2023/2024 deve trazer as marcas do El Niño. O excesso de chuva trazido pelo fenômeno climático costuma coincidir com o período de floração, interferindo na polinização e, consequentemente, no rendimento da cultura, que estima-se será menor.