A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mais um pomar colherá perdas por causa da chuva em excesso no Rio Grande do Sul. A produção de noz-pecan deve ter quebra de até 40% neste ciclo, estima o Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan).
As primeiras estimativas para a safra apontam para uma colheita entre 4,5 mil e 5 mil toneladas. A área total plantada no Estado é de aproximadamente 10 mil hectares — desses, entre 6 mil e 6,5 mil hectares estão em produção comercial.
Alguma redução já era prevista em razão da alternância natural nos pomares. Mas as perdas foram acentuadas pela questão do clima.
Assim como nas oliveiras, as precipitações em grande quantidade atingiram período crucial da polinização, prejudicando o desenvolvimento dos frutos. No caso da noz, a umidade em excesso ainda aumentou a incidência da antracnose, doença que diminui a produtividade.
O cenário, no entanto, não é de todo ruim, conforme explica o presidente do IBPecan, Eduardo Basso. Apesar da redução na oferta, o quadro pode ser favorável aos produtores em relação a preços. Isso porque as nozes produzidas este ano apresentam tamanho e qualidade superiores às frutas colhidas na safra passada. O que deve aquecer a comercialização.
— É algo que com certeza reflete em melhores preços. Em 2023, as pecans eram vendidas entre R$ 13 e R$ 16 o quilo. Em 2024, estimamos valores entre R$ 16 e R$ 20 o quilo — diz Basso, lembrando que o mercado internacional valoriza o tamanho das frutas.
Na região de Anta Gorda, uma das principais em produção no Estado, a expectativa é de quebra quase pela metade. Já em Santa Maria e Cachoeira do Sul, a queda prevista é de 30%.
Em 2023, foram colhidas 7 mil toneladas de noz pecan no Rio Grande do Sul.
O RS é o principal Estado produtor da amêndoa, com 70% das áreas plantadas no país. O restante da produção é dividido entre Santa Catarina e Paraná.