Em meio às aberturas de colheita das safras de verão – a mais recente foi a do milho –, o tema da irrigação volta a despontar no Rio Grande do Sul. Amanhã, o governo do Estado apresenta a segunda etapa do programa Supera Estiagem. A ideia é trazer um pacote, nas palavras do governador Eduardo Leite, mais robusto em relação à primeira etapa. Que havia sido lançada no ano passado, e colocou à disposição R$ 20 milhões em subsídios para incentivar a adoção do sistema – com um limite de R$ 15 mil por projeto.
A escolha desse momento para a apresentação é considerada estratégica pelo governo. Para além do incentivo financeiro, a proposta é trazer para o debate questões referentes à legislação, apontadas como entrave à expansão do sistema.
Pesquisa apresentada na quarta-feira (28) mapeou 5,4 mil pontos possíveis para criação de barragens nas principais bacias no Noroeste. Conduzido pelo geólogo Rogério Porto, em parceria com a Universidade Federal do RS (UFRGS) e a Sociedade de Agronomia do RS (Sargs), o estudo utilizou dados geográficos e terá os resultados divulgados para os 63 municípios da área em questão.
Em terras baixas
A Abertura Oficial da Colheita de Milho no Estado marcou de forma simbólica esse momento importante da safra. A cerimônia foi realizada na terça-feira (27) na Agropecuária Mirim, em Santa Vitória do Palmar, no sul do Estado. A escolha dessa região buscou dar visibilidade ao uso do sistema sulco/camalhão, para irrigação e drenagem nas chamadas terras baixas.
O milho é uma das lavouras de verão mais sensíveis à falta de chuva e também encontra no sistema de irrigação uma forma de reduzir impactos do clima em anos de estiagem e uma ferramenta para ampliação da produtividade em anos de normalidade. Conforme a Radiografia Agropecuária Gaúcha de 2023, da área cultivada no RS, 13,7% foi irrigada.