A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois de um ano desafiador, primeiro com estiagem, depois com enchente, a temporada de verão nas praias gaúchas chega como um momento de superação para as feiras orgânicas no Litoral Norte. O efeito da chuva forte de setembro sobre a produção fez com que só duas das três feiras da região pudessem ser realizadas neste ano — e uma segue com o time de produtores reduzido.
É a Ecofeira de Imbé, realizada toda sexta-feira, das 7h às 12h, no pátio da prefeitura. Criada há nove anos, até 2023 contava com seis produtores — de Imbé, Barra do Ouro, Maquiné e Morrinhos do Sul. Neste ano, apenas dois conseguiram continuar.
— Os outros desistiram. Perderam toda a lavoura pela enchente, maquinário também. Se desanimaram — conta Perceu Barbosa, feirante que, junto com outro produtor, segue comercializando pescados e hortifrutigranjeiros no local.
Em Xangri-Lá, a feira orgânica na praça Ramiro Corrêa, que completaria três anos, não será realizada neste verão. De acordo com a produtora, Flávia Requião, “houve duas baixas fortes” dos quatro estandes da feira:
— Um dos produtores estava com pouco volume de produto por conta dos ciclones. No primeiro, ele perdeu toda a lavoura.
Em Torres, os os ciclones também impactaram a tradicional Feira Ecológica Lagoa do Violão, que completou 20 anos em 2023.
— Não conseguíamos ir para a feira, estava tudo alagado – lembra Joaquim Martins, filho de produtores do local.
A produção de hortaliças, continua, também ficou prejudicada naquele período, meados da primavera. Agora, a perspectiva é de movimento com a chegada do verão. Atualmente com sete produtores, a feira ocorre todo sábado, das 7h às 12h, na ponta sul da Lagoa do Violão.
— A gente espera que continue assim. O tempo deve melhorar – afirma Martins.