A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Resgatar a autoestima e a feminilidade das mulheres no campo foi o que moveu a criadora de cavalos Suellen Jacobsen, do Mato Grosso, a mostrar que o agronegócio também se veste — literalmente. Há quatro anos, ela decidiu sair do comando da fazenda da família com "um frio na barriga", como contou, para apostar em algo completamente novo dentro dos negócios dos Jacobsen — a moda. Com a sua segunda coleção finalizada, Suellen lançou nesta semana a marca FOAL Leather na 8ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, em São Paulo.
Da terceira geração de produtores de gado, milho, soja e cavalos quarto-de-milha no interior do Mato Grosso, em Nova Mutum, a empresária cresceu na fazenda vendo mulheres reprimirem a sua feminilidade para serem aceitas como competentes no setor.
— Quando assumi a sucessão, senti no meu coração que precisava empreender e contar a minha história e continuar a história da família de um jeito diferente — frisa Suellen.
Hoje, além da marca ter essa missão, também carrega nas suas peças uma preocupação com a sustentabilidade. Desde os chapéus, bolsas e botas até os vestidos, jeans, saias e blusas da coleção, todas as vestimentas são personalizadas e elaboradas com 100% algodão e 100% couro de bovinos e caprinos, rastreáveis.
Mesmo sendo agora mais empresária do que produtora, Suellen diz que o agronegócio não saiu dela, principalmente por causa dos cavalos:
— É uma paixão minha e do meu irmão. A gente vem há muito tempo trabalhando genética para ter animais de corrida e é a única coisa que ainda estou à frente com ele na propriedade.
O próprio nome da marca também carrega o setor. São as palavras "potro" e "couro" em inglês.
— Porque a marca nasceu em um celeiro — justifica Suellen.
A coluna viajou a São Paulo a convite da Bayer.