Um dos efeitos colaterais mais imediatos da guerra entre Israel e o Hamas tem sido a valorização das cotações de petróleo, diante da incerteza trazida pelo conflito. E é nesse contexto que está também o potencial impacto à produção agropecuária do Estado. O item entra na composição das despesas da atividade, podendo ser um puxador de alta. Foi o que aconteceu em agosto deste ano quando, quando o aumento nas cotações dos barris, somado a outros fatores, fez o índice de custos de produção, calculado pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul), subiu pela primeira vez após 14 meses consecutivos de queda.
— O custo de produção, a logística e a tensão comercial são pontos que preocupam — observa Renan dos Santos, analista de Relações Internacionais da Farsul.
Na pauta exportadora, por ora, os efeitos tendem a ser mais restritos, em razão da menor representatividade israelense tanto na exportação quanto na importação do agronegócio gaúcho. No ano passado, os embarque do setor para Israel somaram US$ 14 milhões, e as importações, US$ 220 milhões.
Uma eventual escalada do conflito, com a participação de aliados das partes, no entanto, pode potencializar os impactos. O envolvimento do Irã, apoiador do Hamas, poderia trazer consequências mais significativas ao setor produtivo do RS. Além de produtor de petróleo, o país éum destino importante das exportações do agro. As compras iranianas dos gaúchos alcançaram US$ 550 milhões. Também na região, a Arábia Saudita respondeu por uma receita de US$ 474 milhões.
Em tempo: não há preocupação maior do que as vidas perdidas em mais este triste capítulo de guerra da história.