Como esperado, o petróleo opera em alta nesta segunda-feira (9), assimilando o risco que a guerra entre Israel e Hamas pode trazer à oferta mundial da commodity. A cotação do barril chegou a ter elevação superior a 5%, mas agora sobe pouco menos de 3%. Ainda não atingiu US$ 90.
Por enquanto, é uma volatilidade baseada no receio. Israel não é um grande produtor de petróleo. A apreensão maior fica por conta do risco de ataque ao Irã, esse, sim, forte produtor e apoiador do Hamas.
Como guerras servem a interesses também fora delas, Estados Unidos, país aliado de Israel, poderiam retaliar Irã também por fornecer petróleo à adversária China. O extremo seria iranianos bloquearem o Estreito de Ormuz, por onde passam 17 milhões de barris por dia.
Petróleo em alta provoca inflação, assim como o dólar, para o qual vão os investimentos em tempos de tensão geopolítica, o que está ocorrendo também para o ouro. Alta de preços provoca elevação de juro pelos bancos centrais, ao que o mercado já está reagindo, com elevação dos juros futuros neste início de semana. Outro reflexo é a queda das ações, com o Ibovespa abrindo a semana em queda na bolsa de valores. O dólar abriu em alta, mas oscila perto de R$ 5,16.
A intensificação do cenário vai depender da escalada do conflito e da participação de outros países nele. Ficando restrito à região, as reações econômicas ocorridas hoje recuarão para ajustes.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse hoje que a guerra pode acelerar o preço do diesel, mas afirma que é preciso acompanhar os acontecimentos, no caso, refere-se a observar e não necessariamente reajustar valores. Postura semelhante foi adotada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugerindo espera no cenário de volatilidade, mas acreditando que o impacto será limitado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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