Com uma fatia importante do crédito rural no Rio Grande do Sul — 43% do número de contratos no Plano Safra 2022/2023 —, o Sicredi também viu avançar o interesse e o uso da Cédula de Produto Rural (CPR), ferramenta que ganhou mais espaço a partir da chamada Lei do Agro, em 2020. Conforme o balanço da entidade, foram mais de 25 mil operações, ultrapassando R$ 4 bilhões.
— A grande vantagem é que a operação da CPR é totalmente digital. O produtor toma o recurso e amortiza quando quer — explica Márcio Port, presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste.
A emissão desse título é feita pela instituição desde os anos 2000, mas ganhou ritmo mais acelerado a partir da busca por alternativas para atender à demanda do crédito rural, regulamentada via Lei do Agro, em 2020. Na safra 2020/2021, por exemplo, havia somado R$ 1,7 bilhão.
No geral, o volume de recursos disponibilizados no Rio Grande do Sul pelo Sicredi no Plano Safra 2022/2023, encerrado em junho deste ano, foi de R$18 bilhões, alta de 33% sobre o ciclo anterior. Em operações, foram 170 mil. As linhas do Programa Nacional de Fortalecimento a Agricultura Familiar (Pronaf) responderam por mais de 35% do total de contratos feitos — com a cifra de R$ 6,5 bilhões. Resultado atribuído a fatores como a própria característica do Estado, com a predominância de pequenas propriedades, e à capilaridade da cooperativa de crédito, presente em 96% dos municípios do RS.
— Dois terços dos municípios do Estado têm menos de 10 mil habitantes. É muito de falar a "língua" do produtor, de conhecer — acrescenta Port.