A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Nem a estiagem, nem a queda de receita derrubaram a soja e o trigo do topo dos produtos que puxaram a receita recorde das exportações gaúcha de janeiro a maio deste ano. Os US$ 8,5 bilhões representam alta de 1,2% na comparação com o mesmo período de 2022, conforme dados apresentados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria Estadual de Planejamento. E têm na lista dos cinco maiores faturamentos cereais, fumo não manufaturado, farelo de soja, soja em grão e carne de frango.
Na primeira posição, os cereais, majoritariamente representados pelo trigo, somaram US$ 916,24 milhões. Mesmo sendo um recuo, de 5,5% sobre o ano passado, representam um resultado importante, inclusive sendo um indicador de estabilidade, avalia Ricardo Leães, pesquisador do DEE:
— Porque poderia haver uma queda muito brusca, mas, aparentemente, o Estado está conseguindo manter o patamar de venda de trigo elevado depois de 2022, que foi um ano extraordinário para o cereal.
Nos dados da soja, a posição de destaque veio apesar da frustração de safra causada pela estiagem. É que mesmo com redução de 39% na colheita esperada, o volume produzido é maior do que o de 2022, também marcado pelo tempo seco.
— Embora tenhamos vivido um cenário de estiagem, não foi tão severo quanto do ano passado — reforça Leães.
Isso ajuda a explicar o faturamento em alta do complexo soja: nos embarques de farelo, 14,1%, com US$ 712,10 milhões, e nos da soja em grão, 42,5%, com US$ 695,11 milhões. Completam a lista dos cinco produtos de maior receita gerada com as exportações o fumo não manufaturado (aumento de 16,7%, com US$ 790,94 milhões) e com o frango, US$ 575,20 milhões, que representa redução de 2%.
Sem surpresas, a China foi o principal destino, com uma fatia de de 15,5% da receita total, seguida pela União Europeia, com 13,4%, e pelos Estados Unidos, com 10,2%.