O impacto da confirmação dos primeiros casos de influenza aviária em território brasileiro é, neste momento, muito mais simbólico do que prático. Entre os grandes fornecedores globais de frango, era o único que nunca havia tido registros. A detecção do vírus foi em aves migratórias no litoral do Espírito Santo. Ou seja, o problema segue fora dos rebanhos comerciais. E o reforço das medidas constantes de prevenção nesses espaços deve ser para preservar isso.
O status na Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) segue inalterado, o que faz com que o fluxo comercial, neste momento, mantenha-se inalterado. O Brasil é hoje o maior exportador mundial de frango com uma fatia de quase 35% do mercado global.
— A comunicação mostra a transparência do Brasil, a seriedade com que o setor e o governo estão tratando do assunto. E faz com que se elevem ainda mais os níveis de proteção. O país está preparado e continuará cuidando — afirma Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
O dirigente também afirma que os registros no Espírito Santo não representam risco ao abastecimento do mercado interno por não atingirem planteis comerciais e estarem longe da zona de produção. A indústria de frango se concentra nos três Estados do Sul, que juntos respondem por 80% das exportações.
— E a doença não se transmite pelo consumo das carnes e dos ovos — reforça Santin.
Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos acrescenta que o nível de alerta permanece alto desde o início dos casos na América do Sul — e que, em fevereiro, chegaram aos vizinhos Uruguai e Argentina.
Em nota, a Secretaria Estadual de Agricultura pontuou que “monitora de forma permanente a evolução dos focos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), reforçando as medidas de prevenção junto à cadeia avícola e incrementando mecanismos de detecção precoce, no atendimento de notificações de casos suspeitos em aves domésticas e silvestres”. Informa, ainda que foram realizadas mais de 2 mil ações de vigilância ativa e 1,68 milhão de aves observadas, além de 1,4 mil ações de educação sanitária.