Com novos casos de influenza aviária confirmados na América do Sul — o mais recente na Bolívia —, amplia-se o estado de vigilância máxima nas granjas do país. A doença, que pode trazer grande impacto à produção de frango, nunca foi registrada no território brasileiro. A condição sanitária nacional é um ativo comercial mundo afora, o que torna ainda mais crucial a sua preservação.
A preocupação fez com que a Federação da Agricultura de São Paulo (Faesp) buscasse apoio para medidas de contenção aos governos federal e estadual. As indústrias vêm há algum tempo reforçando o manual de biossegurança. Diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luís Rua diz que "todo o cuidado é pouco" e que "é preciso evitar a todo o custo a entrada da doença". Entre as iniciativas de proteção nos criatórios, cita uma que vem enfatizada ao máximo:
— Evitar a visitação na granja. Só entra quem precisa.
Terceiro maior produtor e exportador de frango do país, o Rio Grande do Sul também fortalece o sistema de prevenção. José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), avalia que a existência de dois parques no Estado com fluxo de aves migratórias eleva a preocupação, mas garante que medidas foram adotadas "justamente pelo que vinha acontecendo no mundo":
— Agora, veio para a América do Sul. Preocupa, claro, temos de estar em total alerta, tudo para preservar os planteis comerciais. Mas estamos preparados.
Rua explica que, pelas regras da Organização Mundial de Saúde Animal, casos de influenza aviária de baixa patogenicidade ou de alta patogenicidade em aves silvestres ou de planteis domésticos não devem ser impeditivo para o comércio.