Para driblar a fragilidade da casca e garantir a prevenção a doenças desde o "ninho", uma empresa da vizinha Santa Catarina usou tecnologia. E desenvolveu um equipamento nacional para aplicar vacinas em ovos de aves.
A máquina, com agulhas muito finas, perfuram as cascas para chegar ao embrião ou ao líquido amniótico, que o envolve. O processo é feito em incubatórios — onde ficam os ovos e nascem os pintos.
— O que antes o produtor fazia manualmente no balcão, com o pintinho nascido, hoje uma máquina faz e dura minutos — explica Roberto Moresco, gerente-geral da Embritech, empresa fabricante da tecnologia no país.
Atualmente, mais de 90% dos incubatórios brasileiros utilizam máquinas que vacinam os embriões. E, apesar do número ser expressivo, apenas uma empresa nacional fabrica esses equipamentos. É a Embritech, de Chapecó, em Santa Catarina.
Só com ela, se vacina mais de 200 milhões de ovos por mês, o que é 30% do mercado brasileiro. São 80 máquinas locadas para mais de 60 incubatórios no Brasil e na Argentina. Sete são do Rio Grande do Sul.
— O setor está usando mais tecnologia ao nosso favor, para melhorar a produtividade e a sanidade — salienta o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos.
São recursos preventivos como esse que têm ajudado a manter o Brasil livre de problemas sanitários como a influenza aviária, vírus que acomete grandes fornecedores globais da proteína.
Moresco, da Embritech, esclarece:
— A ave debilitada com doenças fica mais suscetível à influenza. Por isso, se receber vacinas (contra outras doenças, não influenza, já que o Brasil não vacina por ser livre do problema) desde o embrião, vai ter uma condição maior de resistência. Mas também não quer dizer que não esteja livre (de contaminação).
*Colaborou Carolina Pastl