Do ponto de vista técnico, era só mesmo questão de tempo para que os embargos às exportações brasileiras de carne bovina fossem revertidos. A mais recente retomada, confirmada na sexta-feira (7) em nota do Itamaraty, é a da Rússia. O país do Leste Europeu havia suspendido as compras da proteína com origem no Pará. O Estado foi onde se detectou o caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (doença popularmente conhecida como mal da vaca louca).
O fato ocorreu no final de fevereiro. Por questões de protocolos sanitários estabelecidos, o Brasil adotou o autoembargo aos embarques para a China, principal destino da carne bovina do Brasil. Exames laboratoriais confirmaram se tratar de caso atípico, ou seja, que surgiu de forma espontânea e não tem risco de transmissão.
O país manteve o status de risco insignificante à doença junto à Organização Mundial de Saúde Animal. E logo no início da missão ministerial ao país asiático, os chineses anunciaram a retomada das compras.
Pela representatividade, a decisão chinesa era a mais esperada. O país asiático abocanhou fatia de 53,3% das exportações no ano passado e sua ausência no mercado foi o principal fator para a queda de 16% nos embarques brasileiros registrados em fevereiro de 2023.
Além de China e Rússia, Filipinas também reabriram o mercado. Importantes no cardápio de vendas — estão entre os 20 principais destinos —, os dois países não têm, é claro, o peso chinês. Mas as retomadas têm efeito importante para o fluxo do maior exportador mundial da proteína.