A história da erva-mate vai “desfilar” pela avenida do Complexo Cultural do Porto Seco, na Capital. A árvore símbolo do Estado e fonte do ingrediente para a típica bebida do gaúcho foi o enredo escolhido pela escola Academia de Samba Puro. Mais uma vez impactado pela estiagem, o setor viu na homenagem uma “bela surpresa” e se uniu para colocar o tema no Carnaval de Porto Alegre.
O município de Arvorezinha cedeu material cenográfico que utiliza na Festa da Erva-Mate, como cuia e chaleira.
— Sabemos da importância da cultura da erva-mate para o Estado. Queremos enaltecer a atividade — diz o diretor-executivo do Instituto Brasileiro da Erva-Mate, Ismael Rosset.
Inspirada em uma lenda indígena, a apresentação quer divulgar a história da planta, que é milenar e gera renda direta ou indiretamente a 120 mil gaúchos.
— Muito mais do que o chimarrão, com a erva se pode fazer mais de 300 composições, falar de tecnologia, saúde e história dos povos originários — completa Alysson dos Santos, presidente da Academia de Samba Puro.
Mais uma safra afetada pela estiagem
Para esta safra da erva-mate, o Estado deve ter uma redução de 10% na produção, com um volume de 290 mil toneladas de folha. Assistente técnico regional da Emater em Passo Fundo e coordenador técnico do Programa Gaúcho para a Qualidade e a Valorização da Erva-Mate, Ilvandro Barreto de Melo atribui a quebra resquícios da seca passada:
— Tivemos temperaturas baixas em outubro e novembro e isso alterou a fisiologia das árvores. Houve retardamento da brotação e da frutificação para produtores que produzem mudas e sementes.
*Colaborou Carolina Pastl