Depois de três anos “pedindo água”, o principal ingrediente do tradicional chimarrão dos gaúchos chega no período de safra revigorado. A produção de erva-mate no Rio Grande do Sul deve somar 320 mil toneladas de folhas verdes neste ano. O volume é considerado dentro da normalidade e vem depois de uma sequência de perdas causadas pela estiagem – 30% nos últimos três anos.
– A chuva voltou em fevereiro, então deu tempo para os ervais se recuperarem. Porque a colheita se intensifica em abril até o inverno – explica Ilvandro Barreto, assistente técnico do escritório regional de Passo Fundo da Emater e coordenador técnico do programa gaúcho para a qualidade e valorização da erva-mate no Estado.
Antes de fevereiro, a área não avançou. Em algumas, as perdas de mudas recém plantadas chegaram a 80%.
Na semana em que o Rio Grande do Sul celebrou o 20 de Setembro, também foi aberta, oficialmente, a colheita de erva-mate. A cerimônia ocorreu na quinta-feira, em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo.
– A edição deste ano (da Festa da Colheita da Erva-Mate) ocorre em um momento de recuperação da produção estadual, que sofreu com duas secas consecutivas – diz Tiago Antonio Fick, coordenador e assessor técnico da Câmara Setorial da Erva-Mate da Secretaria da Agricultura.
Apesar dos custos de produção terem subido, a rentabilidade projetada é maior pela produtividade dos ervais. Ainda de acordo com o técnico da Emater, o preço ao produtor tem ficado entre R$ 18 a R$ 23 por arroba de erva-mate (o equivalente a 15 quilos de folha verde).
Saiba mais
- O Rio Grande do Sul produziu no ano passado, segundo dados da Revista Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2022, 211,60 mil toneladas de erva-mate em uma área de 25 mil hectares
- São 191 municípios envolvidos nesta cadeia, sendo os maiores produtores Arvorezinha, Ilópolis e Anta Gorda
- Em 2021, o Estado exportou para 36 países, sendo os principais destinos o Uruguai, a Argentina e o Chile
*Colaborou Carolina Pastl