Seja no campo ou na mesa, 2022 foi um ano "refrescante" para a indústria de cerveja do Brasil. A produção de cevada, um dos principais ingredientes da bebida, cresceu, impulsionada por uma safra recorde de colhidas 482,1 mil toneladas em 2022. E o consumo acompanhou o ritmo: as vendas cresceram 8% no país, sobre uma base que já era de alta, aponta o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). Foram 15,4 bilhões de litros comercializados, o que resultou em um faturamento de R$ 277,4 bilhões.
Presidente executivo do Sindicerv, Márcio Maciel elenca a retomada de grandes eventos com a melhora no controle da pandemia como o principal motivo para esse cenário positivo:
— Festivais musicais, festas tradicionais e torneios esportivos, como a Copa do Mundo, com o ineditismo de ser em pleno verão brasileiro. O consumo também retornou com mais força em bares e restaurantes, local favorito dos brasileiros para consumo de cerveja.
No segundo Estado com o maior número de cervejarias do país, o Rio Grande do Sul, a safra de cevada também cresceu. Foram produzidas 127,35 mil toneladas, volume 14,8% maior, conforme a Emater.
— Foi um dos melhores dos últimos anos, em função das características climáticas do período. Tudo o que beneficiou o cultivo de trigo também beneficiou a cevada. A gente teve um inverno mais seco, o que propiciou um cultivo de melhor sanidade e qualidade do grão — esclarece o coordenador da Área de Culturas e de Defesa Sanitária Vegetal da Emater, Elder Dal Prá.
Para 2023, se os eventos e as lavouras colaborarem, a projeção de vendas do Sindicerv deve ser ainda maior, afirma Maciel: na casa de 400 milhões de litros, o que representará um crescimento de 37,6%.
*Colaborou Carolina Pastl