Com a premissa de que a manutenção do quadro de estiagem no Estado aumenta, diariamente, as perdas dentro (e fora) das lavouras, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) apresentou uma estimativa que amplia para R$ 56,17 bilhões os prejuízos até o momento. A cifra vai bem além dos R$ 5,6 bilhões divulgados na segunda-feira (30). Presidente da entidade, Paulinho Salerno explica que a diferença está na atualização e nos dados considerados. Houve um aumento do número de municípios que informaram prejuízos à Defesa Civil, de 123 para 126. Além disso, essa quantia é a informada quando do decreto de emergência, ou seja, vai crescendo à medida que o quadro se mantém.
O dirigente cita o exemplo de Tupanciretã, que decretou emergência em 1º de dezembro do ano passado. De lá para cá, a situação e os impactos financeiros pioraram.
A nova previsão inclui efeitos estendidos, a partir dos dados de safra e pecuária do IBGE.
— Se o mês de fevereiro seguir no mesmo ritmo de janeiro, podemos ter estiagem e perdas maiores do que as do ano passado — avalia Salerno,que é também prefeito de Restinga Sêca.
A preocupação com o quatro atual também foi tema de reunião de representantes da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) com o secretário de Agricultura, Giovani Feltes, na terça-feira (31) pela manhã. A entidade aponta mais de R$ 200 milhões em prejuízos nos 16 municípios associados.
Segundo a associação, foi sinalizado que o edital para a construção de poços, via Avançar RS, deve sair em até 10 dias. Além disso, o secretário pontuou que pelo menos 11 municípios da região devem ser beneficiados com microaçudes — Charqueadas já tendo recebido o recurso.