O começo de 2023 reserva uma mudança tida como essencial no caminho para o avanço da irrigação no Rio Grande do Sul. A definição sobre curso de água efêmero e intermitente sairá na forma de instrução normativa nos primeiros meses do ano, projeta a secretária do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann. E por que essa questão técnica importa?
— A dificuldade na classificação acaba impedindo a reserva de água. A instrução normativa do departamento de recursos hídricos, em formulação, permitirá que dúvidas sejam esclarecidas, com base técnica — explica.
Com o tempo seco outra vez prejudicando a safra de verão, a necessidade de ações voltadas à irrigação (que vem precedida da necessidade de reservar água nos meses de chuva) se reforça como prioridade — como observou em entrevista à coluna o secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, e como endossa Giovani Feltes, da Agricultura.
Marjorie afirmou que essa pauta "está dentro de todas as outras". E acrescenta que o grupo técnico criado para tratar do tema teve "cuidado extremo" para que as propostas fossem independentes da pessoa no comando das pastas. Há ações de curto, médio e longo prazo.
A instrução normativa que esclarece o conceito de curso d'água entra no curto prazo, assim como iniciativas para amenizar impactos do tempo seco (seguro, auxílios, poços e açudes). No médio/longo, entram a questão do bioma Pampa (onde há impasse judicial) e a reserva em "recursos hídricos mais potentes".
— Além disso, a agricultura avançará em técnicas de reúso da água — completa a secretária.