Gisele Loeblein

Gisele Loeblein

Jornalista formada pela UFRGS, trabalha há 20 anos no Grupo RBS e, desde 2013, assina a coluna Campo e Lavoura, em Zero Hora. Faz também comentários diários na Rádio Gaúcha e na RBS TV.

Tempo de estiagem
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Fevereiro: o mês em que só a chuva pode salvar a lavoura de soja no RS

A maior parte das plantações tem nesse período as fases de floração e enchimento de grão, quando a falta de água pode afetar diretamente a produtividade

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Deise Froelich / Emater/Divulgação
No Estado, o grão já sofre impactos da estiagem, como atraso no plantio, necessidade de replantio e perda do potencial produtivo

A chegada de fevereiro marca também o início da etapa crucial para o desenvolvimento da principal cultura de verão do Rio Grande do Sul, a soja. Costuma ser nesse mês que a maior parte das lavouras do Estado entra no período de floração e enchimento de grão. A falta de água é sempre um problema no desenvolvimento das lavouras. Nesse estágio, no entanto, torna-se intolerável, porque a falta de umidade interfere na produtividade — o quanto cada planta renderá.

O grão já sofre impactos da estiagem: houve atraso no plantio, necessidade de replantio e perda do potencial produtivo em relação ao que se esperava colher. Ainda assim, uma chuva em quantidade satisfatória pode representar ter — e sua ausência, não ter — uma safra.

No boletim integrado agrometeorológico da Secretaria da Agricultura, a previsão até esta quarta-feira (1) indica a possibilidade de chuva mais significativa principalmente no Leste e Nordeste, pegando municípios como Caxias do Sul e Cambará do Sul. No geral, em boa parte do Estado, os acumulados devem ficar entre 10 e 50 milímetros.

O La Niña dá sinais de enfraquecimento, como publicou a coluna, mas fevereiro aparece no radar como um mês em que as precipitações ainda devem ficar abaixo da média. 

Assim como na quantidade e na frequência da chuva que cai, há grande variabilidade nos impactos que, todavia, existem. É por isso que entidades do setor produtivo seguem mobilizadas na busca por ações emergenciais para tentar diluir o alto preço que a estiagem voltará a cobrar. 

Na sexta-feira (27), representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag-RS), tiveram uma reunião virtual com o ministro do Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar. Na pauta de ações consideradas urgentes estão itens como a colocação de recursos para equalizar a prorrogação de vencimentos de linhas do Pronaf, rebate de parcelas, linha de crédito emergencial e reforço dos estoques de milho.

Em outra frente, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-RS), MST, MPA e Unicafes trataram do tema com representantes do ministério, com o presidente da Conab, Edegar Pretto, e com o presidente da Assembleia Legislativa, Valdecir Oliveira. 

No Estado, também se espera para os próximos dias o edital para a perfuração de poços.

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