Depois da soja e do milho, é o trigo que pede espaço para entrar no sistema de rotação em áreas de produção de arroz. A tendência foi apontada no primeiro evento do ano do programa Duas Safras, que “estacionou” nesta quinta-feira (16), em Capão do Leão, durante a programação da 33ª Abertura Oficial da Colheita de Arroz.
A aposta na produção do cereal de inverno em terras baixas passa pelo desenvolvimento do sistema sulco-camalhão. Chefe-adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa Trigo, de Passo Fundo, Giovani Faé, explica que a ferramenta serve para irrigar e drenar áreas de várzea — e possibilitar, então, o plantio de outras culturas.
A ideia vai ao encontro do que vem preconizando o Duas Safras: incentivar o produtor a buscar opções variadas. Neste ano, a iniciativa, que envolve uma parceria entre Estado e entidades, é promover mais seis encontros e cinco dias de campo.
— Estamos em um momento chave para as principais cadeias do Estado, como arroz, soja, milho, trigo, pecuária de corte e pecuária leiteira. Com intensificação de produção, devem trazer em dois ou três anos um resultado econômico pujante, geração de emprego e renda — salientou Eduardo Condorelli, superintendente do Senar-RS, que conduz as palestras.
O momento já é de colheita de resultados. A área plantada de inverno em 2019 equivalia a 17% do tamanho da de verão. Hoje, essa área corresponde a 27%, segundo Condorelli:
— Também tivemos mais milho e trigo para exportar no ano passado e agora mais usinas de etanol se apresentando no RS.
As atividades da 33ª Abertura da Colheita do Arroz terminaram nesta quinta, com a participação de 13,5 mil pessoas nos três dias do evento. Na quarta, houve a cerimônia simbólica da colheita.
*Colaborou Carolina Pastl