Ferramenta que ganha cada vez mais espaço na produção de arroz do Rio Grande do Sul frente ao aumentos nos custos, a rotação com outras culturas tem se mostrado também uma forma de administrar a escassez hídrica recorrente. Conforme a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarro-RS), que, nesta quarta-feira (14), realizou seu balanço anual, a área cultivada com o cereal deve encolher 10% nesta safra de verão, com os produtores adicionando o milho ao sistema.
Na avaliação de Roberto Fagundes Ghigino, vice-presidente da entidade, essa substituição se dará também em razão do fator climático, já que o grão exige menos água do que o cereal.
— O milho na várzea é mais uma realidade, mais uma cultura que o produtor tem de começar, assim como foi na soja, hoje com mais de 500 mil hectares (em rotação com a várzea). E o milho precisa ter irrigação para gerar resultado econômico, porque é sensível tanto para o excesso quanto para a falta de água — completa Alexandre Velho, presidente da entidade.
Com 100% das lavouras de arroz irrigadas (por alagamento), a adaptação necessária para o cultivo do milho, nesse caso, é justamente a drenagem do excesso de umidade. Do ponto de vista das despesas, a rotação também ajuda a diluir os custos que, nos últimos dois anos, cresceram 60% no arroz. A redução de área do cereal, conforme os dirigentes, não traz impacto sobre disponibilidade do produto.
— Não vejo problema com abastecimento em razão da área cultivada ser ainda significativa (850 mil hectares). O que vejo é um ajuste na oferta e na demanda — diz o presidente da Federarroz-RS.
Ghigino, completa:
— Não temos de nos preocupar com a falta (de arroz) porque estamos sendo mais eficientes. Está demonstrado que a produção vem se mantendo.