Dos campos de pesquisa para as lavouras comerciais, o milho trilha o caminho da várzea. Tal qual a soja, entra na lista de opções para rotação do produtor de arroz, e na safra de verão em andamento, terá pela primeira vez sua área levantada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
— Há um grande potencial para o milho em área de arroz, em razão da água (captada pelas estruturas existentes). É uma espécie de seguro para se obter altas produtividades — pondera o doutor em Agronomia e consultor técnico do Irga, Paulo Régis Ferreira da Silva.
O trabalho de pesquisa com milho em área de arroz começou em 2013. Ao longo desse período, diversas informações foram sendo geradas e compiladas. Nos estudos, as produtividades recordes chegaram a alcançar 250 sacas por hectare.
No último ciclo de verão, a valorização do milho fez crescer ainda mais o interesse do produtor gaúcho. Silva aponta que a diversificação com outras culturas traz vantagens ao produtor, que passa a ter opções de renda.
A estratégia propicia ainda melhor gestão de riscos climáticos e preço.
— O processo de diversificação é irreversível, uma realidade, percebemos muitos experimentando e muitos querendo investir no milho. Sempre que o preço estiver atrativo, é uma baita opção — completa o consultor do Irga.
Nos preços atuais, acrescenta, o milho, com custos similares ao arroz, tem potencial de margem maior para o produtor. Santos vê como viável, ainda, a possibilidade de fazer milho e soja na mesma safra.
O cultivo do milho na várzea, no entanto, também exige adaptações. Uma delas é a realização da drenagem adequada (a cultura é muito sensível não só à falta de água, mas também ao excesso dela).