As projeções da Emater para a safra de verão mostram que, depois da soja, o milho também deverá trilhar o caminho da várzea no Rio Grande do Sul. A bem sucedida rotação com o arroz, já realizada com a oleaginosa, promete ser uma alternativa para ampliar a produção do grão que "alimenta" a indústria de carnes.
Ainda não é possível mapear quanto da área projetada para a cultura na Metade Sul será dentro desse sistema, mas o avanço para espaços onde há irrigação por conta da atividade arrozeira reforça essa tendência.
— Na regional de Bagé são 53 mil hectares de milho. É pouco em relação ao Estado, mas é área de irrigação. É a região de várzea entrando na cultura — observou Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater-RS na apresentação da primeira estimativa do ciclo de verão realizada na Expointer.
O aumento de área do milho, pelo terceiro ano consecutivo no Estado — só no próximo ciclo deve crescer 6,89%, chegando a 834,1 mil hectares — vem na esteira de um cenário favorável ao agricultor. O grão valorizado voltou a despertar o interesse do produtor que já sabia dos benefícios técnicos, mas dava preferência para a soja por conta do preço e da liquidez. Além disso, a perspectiva de crescimento de 39,23% na colheita, alcançando volume de 6,11 milhões de toneladas traz alívio para outros segmentos do agronegócio que dependem desse insumo, caso das indústrias de aves, suínos e leite.
— Isso é animador, é tecnologia. Todo ano, precisamos buscar entre 1,5 milhão e 2 milhões de toneladas de milho de outros países e Estados. Essa é uma excelente notícia — afirmou a secretária da Agricultura, Silvana Covatti, sobre a estimativa de a cultura ganhar mais espaço.
Para que a expansão se sustente, é importante que avancem também as áreas irrigadas de milho, que hoje representam apenas 10% do total cultivado com o grão no RS. Silvana disse que há um projeto, batizado de "Irriga Mais", em avaliação pelo governo e que pode ser lançado ainda neste ano, com o objetivo de incentivar a adoção do sistema.