O assunto que marca a 33ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em fevereiro, está materializado na área das lavouras cultivadas na estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, onde ocorre o evento. Antes exclusiva do arroz, agora evidencia outras combinações possíveis ao produtor. Os dois hectares foram divididos em três partes: a maior, de um hectare, tem o cereal. O espaço restante foi dividido entre soja e milho (como se vê na foto acima). É um exemplo prático da estratégia do arrozeiro como produtor multissafras, referido no tema dessa edição.
– O milho vem mostrando isso a campo, e aqui não é diferente. É um caminho que a soja “asfaltou”, foram desbravadas questões difíceis como a drenagem, a qualificação de máquinas, etc. E se entregou uma condição muito boa para o milho – compara André Matos, diretor técnico da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz-RS) e consultor.
É uma referência ao histórico da soja, primeira cultura a entrar no sistema para o plantio na várzea, junto com o arroz. Hoje ocupa mais de 500 mil hectares, um crescimento superior a 300% em um período de 12 anos.
– O milho vai começar a ocupar o seu espaço – reforça Matos.
Por enquanto, na cerimônia oficial, a colheita simbólica seguirá sendo apenas do arroz, mas as combinações possíveis – incluindo a pecuária– já estão em campo. A vantagem apontada, além da agronômica, é a possibilidade de renda multissafra, ou seja, que não depende de uma única cultura.
Na atual safra, a projeção é de uma área de arroz fique 10% menor no Estado, que é o maior produtor nacional. Irrigadas, as lavouras tendem a ter menos impacto da estiagem. No quadro atual, no entanto, fala-se em perda de potencial produtivo.
A programação da abertura oficial da colheita começa no dia 14 e vai até 16 de fevereiro. Mais detalhes em colheitadoarroz.com.br.