O combate à fome apareceu como prioridade nos discursos de posse dos indicados para os três ministérios voltados à produção agropecuária brasileira. Apareceu na terça-feira (3) nas palavras de Paulo Teixeira, que assumiu a pasta de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e nas de André de Paula, titular da Pesca e Aquicultura. E igualmente foi destacado na cerimônia de transmissão de cargo de Carlos Fávaro, da Agricultura, na segunda-feira (2).
— Reiniciamos esse desafio de erradicar a fome e de dar condições mais dignas ao povo que vive no campo — afirmou Teixeira, deputado federal por São Paulo, sobre os desafios.
Prestigiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e ex-ministros do MDA, listou como metas “colocar comida farta e de qualidade às mesas” e “agregar valor à produção da agricultura familiar”. Falou ainda sobre a relevância de ter a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no guarda-chuva do ministério, assim como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Agência Nacional de Extensão Rural (Antaer).
Em tom semelhante, associando o desenvolvimento da atividade ao acesso à alimentação, De Paula, observou:
— O estímulo aos aquicultores é também uma estratégia de combate à fome que apresentaremos a Lula.
Na segunda, Fávero, que é senador, produtor rural e esteve à frente de entidades como a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), classificou como fundamental o papel da agricultura, da produção de alimentos no desafio de garantir acesso diário à comida.
Repercussões
Vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Eugênio Zanetti observa que se espera um diálogo aberta com o ministro.
— Tão importante como o MDA é que seja robusto, com políticas que funcionam — completa.
O incentivo à produção de alimentos como estratégia de combate à fome tem sido uma defesa da entidade, afirma Zanetti, acrescentando:
— Para isso, precisa investimentos.
Douglas Cenci, coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do RS (Fetraf), lembra que se esperava a indicação de alguém mais próximo ao segmento. Mas entende que Teixeira possa compensar com “força política”:
— Pode ajudar na estruturação do ministério, que embora já tenha existido, precisará ser constituído.