A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Uma reunião dos conselhos técnico administrativos da Emater e da Ascar marcada para o dia 8 de dezembro pode definir um novo presidente da entidade. Se confirmada a troca, será o quinto gestor anunciado ao longo do atual governo do Estado, que é responsável por indicar um nome para aprovação do Conselho.
Conforme publicação no Diário Oficial, Christian Wyse de Lemos, candidato a deputado estadual que não se elegeu em outubro, é o indicado para a nova gestão.
A convocação para a reunião onde serão votados os novos rumos foi recebida com surpresa pelas entidades e sindicatos que representam os funcionários da Emater e da Ascar. Em conjunto, eles emitiram nota de repúdio contra a mudança no comando da entidade.
A queixa dos funcionários é sobretudo em relação ao período em que a mudança ocorre. O atual presidente, Alex da Silva Corrêa, assumiu o posto em agosto deste ano. Uma eventual troca neste momento, enquanto se aproxima a posse do novo governo e perto do fim do ano, poderia prejudicar o funcionamento da Emater, alegam.
“É incompreensível a pressa em substituir um gestor empossado há cerca de três meses e meio, mesmo com a continuidade do atual governo do Estado reeleito para mais quatro anos de mandato”, diz o texto.
Segundo as entidades que assinam a nota, há trâmites que ficam travados entre a aprovação de um novo nome e o seu registro em ata, o que pode levar cerca de 20 dias e afetar projetos já em andamento — e os agricultores, na ponta.
Além disso, os funcionários dizem não ver necessidade de substituição. Corrêa faz parte do quadro funcional da Emater e é conhecido por entender a realidade da instituição e da extensão rural.
— A se confirmar a troca, serão cinco nomes em uma gestão. Nada contra quem está sendo indicado, mas o atual presidente não tem nada que o desabone. Pelo contrário, é funcionário de carreira, engenheiro agrônomo e está se empenhando. Não faz nenhum sentido — critica Cezar Henrique Ferreira, presidente do Sindicato dos Engenheiros do RS, uma das entidades que assina a nota.
— Sabemos que as trocas podem ocorrer, mas a surpresa é por ser neste momento. Ao nosso ver, é uma troca descabida, até porque o presidente atual está atendendo o que lhe compete — acrescenta outra fonte do setor.
De acordo com as associações, o encerramento da gestão não seria de vontade do atual presidente. A coluna não conseguiu localizar Corrêa ao longo da tarde desta sexta-feira (25).
A coluna também fez contato com a Secretaria da Agricultura para entender o motivo da possível troca, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.