Fazer da atividade produtiva uma aliada na luta contra o aquecimento global é a proposta que entra em campo com o projeto Pecuária Sustentável nos Campos de Altitude do Rio Grande do Sul, desenvolvida pelo Sebrae. Inédita, irá adequar o manejo de 15 produtores de gado de corte e de leite dos Campos de Cima da Serra a partir de agosto.
O foco será estimular o desenvolvimento sustentável das atividades agropecuárias com a integração lavoura-pecuária-floresta e, com isso, não só reduzir a emissão do gás metano (gerada no processo de ruminação dos animais), como também permitir o sequestro de carbono. Para isso, além de consultorias, treinamentos e visitas técnicas a cada dois meses, os produtores irão ter a pegada de carbono da sua propriedade medida uma vez ao ano, durante os três anos.
— Para o produtor, o ganho principal vai ser de marketing: poder vender, ao final, um leite ou uma carne zero carbono — argumenta Claiton Velho, gestor de projetos da regional Serra Gaúcha do Sebrae-RS.
Um dos produtores já selecionados para participar da iniciativa é o presidente da Associação dos Produtores Rurais dos Campos de Cima da Serra (Aproccima), Carlos Roberto Simm. Para ele, a vantagem também está na diferenciação:
— Hoje o consumidor está mais exigente. Ter, no futuro, um selo de carbono neutro no nosso produto vai agregar ainda mais valor. Sem falar na possibilidade de ajudar a mitigar os problemas do efeito estufa.
Depois de três anos, a ideia é que os produtores consigam monetizar o resultado no mercado de carbono. O projeto inicial ainda tem vagas — informações pelo fone (54) 99974-8993.
E, apesar de ser um projeto regional, nada impede que ele avance no futuro para o resto do Estado, adianta Velho. A ideia é começar com um piloto "para depois, quem sabe, partir para algo maior", projeta.
*Colaborou Carolina Pastl