Em pleno período de safra de inverno, o “engarrafamento” de máquinas agrícolas bem que poderia ser em área de lavouras. Mas não é. Concluído o plantio em suas propriedades, produtores decidiram levar seus equipamentos para “voar” em outra vizinhança: a do aeroporto regional Sepé Tiaraju, em Santo Ângelo, nas Missões. Fazem parte da força-tarefa coordenada por iniciativa privada, entidades e poder público para ampliar a área de escape do local.
A obra permitirá que aviões de maior porte (com até 138 lugares) possam pousar e decolar do município. Hoje, é para aeronaves de até 70 passageiros. O esforço coletivo tem ajudado a driblar a burocracia e acelerar a entrega. A previsão é de que a estreia da nova capacidade seja em 18 de outubro, em um voo para Guarulhos (SP).
De acordo Laurindo Roberto Nikititz, presidente do Sindicato Rural do município e um dos coordenadores da ação, a mobilização surgiu porque o prazo para a execução “estava apertado”. Ele conta que a Gol sinalizava que desistiria da ideia de iniciar suas operações caso a ampliação não saísse até outubro.
Sob responsabilidade técnica da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), a ampliação da pista contou com 50 tratores, 60 caçambas hidráulicas, nove dragas hidráulicas e seis rolos compactadores emprestados dos produtores associados do sindicato rural. A entidade forneceu alimentação e suporte técnico, como pneus, enquanto a prefeitura pagou o combustível e providenciou licenças necessárias. Por dia, foram cinco mil litros de diesel e 80 pessoas trabalhando no local, das 7h até as 18h30min.
— É uma oportunidade que não podíamos deixar ir embora. No caso do agro, vai facilitar o envio de peças, e técnicos poderão transitar com mais facilidade para cursos — justifica Nikititz.
Além do sindicato, da URI, da câmara de vereadores e da prefeitura, o Sindilojas, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o aeroclube e outras empresas e entidades locais colaboraram de alguma maneira com a iniciativa.
*Colaborou Carolina Pastl