
Representativas no mapa do cultivo de trigo do Rio Grande do Sul, as regiões de Santa Rosa e das Missões estão com o plantio tecnicamente encerrado. E confirmam o que as projeções indicavam: o espaço dedicado ao cereal de inverno ficou maior neste ano. Nos 45 municípios que englobam a divisão local da Emater, foram 291,9 mil hectares semeados, um aumento de 8,6% sobre o ano passado. No Estado, o percentual estimado de avanço é ainda maior: 15,04%.
– Os produtores resolveram investir na safra de inverno, apesar do custo de produção alto, porque a média de volume colhido de soja ficou muito baixa em razão da estiagem. E eles precisam comer – resume Vanderlei Neuhaus, extensionista rural e gerente-substituto do escritório regional da Emater de Santa Rosa.
Até final de julho, a expectativa é de que o plantio já esteja concluído em todo o Estado. Nesta semana, chegou a 90% e deve confirmar a maior área plantada em 42 anos, com 1,4 milhão de hectares. O otimismo se mantém nas lavouras, apesar da recente chuva intensa, mas a preocupação não termina quando a última semente for plantada.
– O clima precisa continuar colaborando durante toda a safra. Muitos produtores estão apostando suas fichas nesta safra para garantir alguma renda neste ano – lembra o diretor-técnico da Emater, Alencar Rugeri.
O coordenador da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Hamilton Jardim, completa:
– Estamos em um momento de La Niña e, em outros anos, quando tivemos esse fenômeno, foram bons para o trigo, porque o cereal não gosta de umidade em excesso, principalmente na implantação da cultura e no florescimento, quando pode facilitar mais doenças fúngicas e depreciar o grão.
*Colaborou Carolina Pastl