Mesmo com a previsão de chuva dos últimos dias, o plantio de trigo segue firme no Rio Grande do Sul — e as perspectivas otimistas de uma safra cheia se mantêm. Nesta semana, a semeadura chegou a 57% da área prevista no Estado pela Emater, que é de 1,4 milhão de hectares. Ainda que esteja atrasada se comparada à média dos últimos cinco anos, que é de 65%, a entidade avalia o cenário como positivo, considerando as precipitações que surgiram.
Em sete dias corridos, o avanço do plantio do cereal foi de 27 pontos percentuais. Isso ocorreu porque muitos produtores trabalharam à noite para recuperar o atraso de início de safra e antecipar a água que viria pela frente — e que se confirmou.
Em relação à estimativa de colheita, de 3,5 milhões de toneladas, ainda segue valendo. Vale lembrar que esta safra está sendo monitorada mais do que o normal: cada dia que passa é crucial. E por pelo menos dois fatores. O primeiro é o vislumbramento dos produtores gaúchos de fazerem caixa, considerando que para a grande maioria deles, a colheita da safra de verão foi reduzida pela metade em função da estiagem. E o segundo é a necessidade que a cadeia produtiva animal vive do cereal como ingrediente para a ração dos rebanhos gaúchos — já que milho e farelo de soja estão escassos no mercado e a preços altos.
*Colaborou Carolina Pastl