A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Apesar da chegada antecipada do frio, o inverno começou oficialmente nesta terça-feira (21), às 6h14min, e não deve trazer surpresas além do já esperado para a estação. Os prognósticos até aqui apontam para um inverno típico no Rio Grande do Sul, ou seja, com frio e chuva na medida que lhe são característicos e sem grandes sustos para as culturas da estação.
Flávio Varone, meteorologista da Secretaria da Agricultura e coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS) explica que as condições postas tendem a ser benéficas para a agricultura da época, em especial para o trigo, principal cultura de inverno e que terá nesta safra a maior área plantada em 42 anos.
Na primeira semana de junho, a ocorrência de chuva chegou a atrasar o plantio do cereal, segundo a Emater. A semeadura foi retomada na semana passada, com maior intensidade na região Oeste. A estimativa de cultivo de trigo é de 1.413.763 hectares nesta safra.
— Para as culturas de inverno, as condições tanto de umidade como de temperatura deverão ser favoráveis. Não acontecendo algum evento atípico, deveremos ter uma boa safra aqui no RS — prospecta Varone.
A tendência é de que as frentes frias, principal sistema que provoca chuvas no Estado, tenham deslocamentos frequentes durante o período, o que vai manter as precipitações perto da normalidade na maior parte das regiões. O mesmo padrão é esperado para as temperaturas.
Da mesma forma, como é comum na estação, episódios de frio extremo, com ocorrência de geada e até neve em algumas localidades, também devem marcar presença no inverno gaúcho. Nessa condição, as hortaliças e as pastagens são as mais prejudicadas e podem apresentar algum dano. Dependendo da fase de desenvolvimento, outras culturas podem sofrer também, mas não de maneira ampla, tranquiliza o meteorologista.
Já para o final da estação, entre agosto e metade setembro, a tendência é de menor precipitação e de períodos mais secos, o deve favorecer a colheita nas lavouras.
— As culturas de inverno precisam de um patamar de temperatura boa para se desenvolver, e ao que tudo indica, todas elas devem ser beneficiadas. Porém, elas precisam de maior cuidado, de tratamentos fitossanitários durante todo o cultivo para evitar doenças fúngicas, principalmente nessa associação de muita umidade e alguns momentos em que ocorram temperaturas mais altas — acrescenta Varone.