Na agenda da visita que o presidente Jair Bolsonaro fará neste sábado (7) à Feira Nacional da Soja (Fenasoja), em Santa Rosa, há dois momentos esperados. O primeiro, a participação na cerimônia que marca o encerramento da colheita do grão em todo o país. Máquinas estarão estrategicamente posicionadas no Parque de Exposições Alfredo Leandro Carlson para o ato simbólico. É neste momento também que deve se manifestar.
O outro, é o de sancionar a lei que torna Santa Rosa o berço nacional da soja — título que informalmente já existe e estampa o pórtico de entrada.
Mas a vinda do presidente também será a oportunidade para entidades, não só do setor agropecuário, darem seus recados sobre temas que consideram importantes. Como as medidas de apoio aos agricultores afetados pela estiagem ainda pendentes. Nos 45 municípios que compõem a regional da Emater de Santa Rosa, a redução média na produção de soja chega a 86% em relação à estimativa inicial. São apenas oito sacas por hectare, quando a expectativa era obter mais de 50 sacas.
É uma amostra de um cenário que se multiplica em outras partes do Estado e que igualmente afetou a produção de milho em grão e para silagem.
Em nome das federações dos trabalhadores na agricultura dos três Estados do Sul, Eugênio Zanetti, vice-presidente da Fetag-RS entregará um documento. Nele, as entidades reconhecem a importância do decreto que adicionou quantia de R$ 1,2 bilhão para o rebate (desconto) de financiamentos de produtores familiares que não tinham seguro ou Proagro contra intempéries. Contudo, observam que a janela estabelecida deixou gente de fora e também não contemplou os que pagaram as parcelas entre 1º de janeiro e 31 de março.
— Para quem tinha pago, não entrou o desconto — diz Zanetti.
Um outro documento será entregue pelo vice-presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Elmar Konrad, com assinatura também de Fecoagro, Fetag, Federarroz, Famurs e Aprosoja. O texto chama a atenção para o ponto que ficou para trás nas ações sinalizadas na Expodireto: a renegociação dos vencimentos. Prevista no manual do crédito rural, precisa de R$ 600 milhões para garantir a equalização de juro.
— Se não negociar, em 15 dias produtor torna-se inadimplente.Aí, não tem acesso a crédito. E, sem dinheiro, não planta — lembra Kornad.