Maior produtor de soja no Rio Grande do Sul, Tupanciretã, na Região Central, tem refletido o cenário de perdas imposto pela estiagem em uma proporção acima da média estadual. Conforme o escritório local da Emater, a estimativa é de que 35% dos 147,92 mil hectares semeados já tenham sido colhidos. A média no município tende a ficar entre 10 e 11 sacas por hectare, o que representa mais de 80% a menos do esperado no início da safra. Mas em alguns casos, os prejuízos chegam a 100%. E há áreas que não foram implantas.
— Até o momento, na maioria das lavouras, é de duas a 10 sacas, poucas com produtividade chegando próximo de 20 sacas. E a qualidade dos grãos está muito prejudicada também — relata Gilberto Welzel, chefe do escritório municipal da Emater.
Panorama que tem sido visto pelo produtor Iziquiel Ceolin na propriedade da família. Em fevereiro, quando a coluna esteve no local, ele já dizia que uma colheita de 10 sacas seria “de erguer as mãos para o céu” (leia mais abaixo).
Se a projeção se confirmar, Tupanciretã, que colheu 495 mil toneladas de soja em 2021, deve produzir em torno de 98 mil toneladas nesta safra. Uma diferença, para menos, na casa de 80%.
E que terá efeitos prolongados, nos próximos anos, como destacou o prefeito Gustavo Terra na passagem do Gaúcha Atualidade pelo município, que tem 90% da arrecadação direcionada pela produção agropecuária.
No Estado, a colheita alcançou nesta semana 34% da área total, segundo a Emater. E os prognósticos apontam uma redução média de 50% na produção do grão.