No giro que fez em Tupanciretã, na região central do Estado, o governador Eduardo Leite pôde ver de perto os prejuízos que a estiagem tem imposto à produção no município que é maior produtor de soja do Rio Grande do Sul. Acompanhado da secretária de Agricultura, Silvana Covatti, esteve em três propriedades, duas delas de produtores ouvidos na passagem do Gaúcha Atualidade pela cidade, no último dia 3.
A Agropecuária São Xavier (na foto acima) é tocada pela família Ceolin. São cerca de mil hectares de soja, além de área de milho. A estimativa inicial era produzir 60 sacas da oleaginosa por hectare, mas o tempo seco deve encolher para menos de 10 sacas, como relatou à coluna Iziquiel Ceolin. No intervalo de uma semana, a localidade onde fica a lavoura recebeu chuva: foram 66 milímetros, conforme dados da Agropan, a cooperativa do município. Um alento, mas ainda pouco para dar conta de um estresse hídrico prolongado.
Outro produtor visitado pelo governador foi Gilmar Peixoto. Com foco na pecuária de leite, ele e a família produzem no assentamento Santa Rosa, um dos 17 assentamentos do município. Ele também havia dado um depoimento à Rádio Gaúcha. Leite esteve ainda na propriedade de Alexandre Becker.
– É sempre muito triste quando a gente vê em loco os efeitos sobre as famílias que estão no campo. A angústia, a ansiedade e, ao mesmo tempo, a esperança infinita desses produtores de que haja uma realidade diferente pela frente – disse o governador, reforçando articulações que vêm feitas para viabilizar ações do Estado e da União.
O Rio Grande do Sul soma 404 municípios com decreto de emergência. Levantamento divulgado ontem pela Conab apontava redução de mais de 7 milhões de toneladas na produção de soja sobre a safra passada – redução de 33,9%, percentual considerado conservador diante de estimativas que apontam danos maiores na cultura. As outras atividades agropecuárias vêm sendo igualmente impactadas.