Há uma semelhança entre a sinalização dada pelo governo federal ao Estado, na reunião em Brasília, e a previsão do tempo de chuva. Para que sejam eficazes, ambas precisam se materializar. E, no caso das linhas emergenciais de crédito, isso passa, necessariamente, pelo orçamento da União. É preciso vencer essa barreira para colocar na rua o dinheiro capaz de amenizar as dificuldades trazidas pelas perdas decorrentes da estiagem.
Sempre de portas abertas aos pedidos encaminhados e produtora rural ela própria, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, sabe o quão vital é viabilizar apoio para que os agricultores possam se manter na atividade. Aliás, importante lembrar que o drama dos prejuízos causados pelo tempo seco se estende aos Estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Os prejuízos financeiros não param de crescer, diante dos danos que se acumulam e impressionam. Mas as dificuldades na matemática das contas públicas são igualmente conhecidas.
Na semana passada, o Tesouro suspendeu, em medida que passou a valer nesta semana e segue até o final do mês, as contratações de crédito rural do Plano Safra vigente. Uma das razões para isso vem da elevação da taxa de juro, que exige mais recursos federais para a subvenção das taxas.
É mais ou menos como o prognóstico de chuva. Sem dúvida, a perspectiva anima quem depende da umidade para produzir. Mas só mesmo quando as gotas caem é que se torna real – ainda que nem sempre em volume suficiente para compensar o estresse hídrico acumulado.