Com a estiagem fazendo o Rio Grande do Sul bater à casa dos 400 municípios em situação de emergência, o Estado promete celeridade à liberação de recursos para ações de enfrentamento. O governador Eduardo Leite anunciou nesta segunda-feira (7) uma força-tarefa para que, no prazo de até 10 dias, sejam firmados os convênios com municípios para a construção de 6.025 microaçudes.
— Faremos por decreto, reunindo e concentrando os esforços — disse Leite à coluna.
Nesse caso, a execução ficará a cargo das cidades, que receberão o dinheiro — 487 haviam manifestado interesse à Secretaria da Agricultura. Os R$ 66 milhões a serem liberados estão dentro do previsto pelo Avançar RS Agricultura e Desenvolvimento Rural.
O governador avalia ainda que a mobilização ajudará a acelerar a execução que caberá ao Estado, em um aporte de R$ 107,4 milhões para a construção de cisternas, poços e caixas d’água, a serem liberados por meio de licitação – feita por regiões. A expectativa para contratação, nesse caso, afirmou Leite, é de 30 dias. E há até R$ 20 milhões que devem ser aplicados para o transporte de água e outras despesas.
A secretária da Agricultura, Silvana Covatti, diz que os processos dos municípios para acessar a verba para os microaçudes estão todos abertos, com a pasta integrando o mutirão a ser coordenado pela Casa Civil.
No balanço da Defesa Civil feito no final da tarde desta segunda-feira (7), eram 399 decretos de emergência, com outros quatro apresentando registros. Isso eleva para 403 os afetadas pelo tempo seco — 81% dos 497 municípios do Estado.
A dura realidade imposta pelo tempo seco no RS exige urgência urgentíssima, como evidenciaram os relatos feitos por produtores na passagem do programa Gaúcha Atualidade pelo Interior. A necessidade de respostas vem, mais do que dos números, da angústia diária de quem tem de produzir — e sobreviver — nesse cenário. Falta sono, ânimo e o riso nervoso das incertezas semeadas só é substituído pela emoção que beira as lágrimas.
Dar respostas a eles é mostrar suporte na hora da crise, sem esquecer que as ações estruturais precisam continuar sendo plantadas, para que possam render safra cheia quando a distribuição da chuva ficar irregular. O histórico mostra que essa não é uma profecia, mas uma realidade que, de tempos em tempos, castiga a economia gaúcha.