No município que tem a produção agropecuária puxada pela soja, o plantio do grão está em praticamente toda a parte. Com a maior área cultivada do Estado — 149,1 mil hectares, conforme a Emater, neste ciclo —, o potencial da produção se multiplica, com os agricultores investindo em preparação para garantir um bom resultado.
Na Agropecuária São Xavier, são quase mil hectares cultivados. A semeadura é escalonada, as cultivares de ciclos diferentes (curto, médio e longo) e com diferentes tecnologias embarcadas. Uma visita ao local evidencia também a mescla de condições das plantações. A expectativa inicial era uma colheita acima de 60 sacas por hectare. Pergunto ao produtor Iziquiel Ceolin: "e vão colher quanto, umas 10?". A resposta:
— Se colhêssemos 10 sacas, tínhamos de erguer as mãos para o céu. Mas não vou colher nem umas cinco sacas por hectare. A coisa é feia mesmo.
Em partes da propriedade, chegou a replantar três vezes o grão, na esperança de garantir alguma produção. O resultado é uma frustração tripla. Na última tentativa, o solo estava tão seco que a semente sequer vingou, como Iziquiel nos mostra em vídeo.
Além da soja, o milho sequeiro (sem irrigação) teve uma drástica redução. A projeção era um rendimento entre 80 e 120 sacas por hectare. A realidade da colheita, em andamento, ostenta o tamanho do tombo: são entre 15 e 20 sacas.
Iziquiel explica que a altura do milho estava tão baixa, que a máquina não "alcançava" o grão. Foi necessário usar a plataforma da soja.