Apesar de ter chegado ao Rio Grande do Sul, a chuva que cai sobre o Estado ainda está longe do volume necessário para resgatar a umidade necessária para o desenvolvimento da safra de verão. A pedido da coluna, o produtor Maiquel Junges, de Não-Me-Toque, no Norte, mostrou como está uma área de soja após a precipitação entre segunda (13) e terça-feira (14). Também presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município e coordenador regional do Alto Jacuí dos sindicatos de trabalhadores rurais, ele havia feito imagens dos efeitos do tempo em lavouras dessa região.
— Não mudou nada o cenário. Choveu, mas a terra continua seca. Foi uma pequena garoa, de dois milímetros, nem molhou a poeira — relata Maiquel, que cultiva em sua propriedade 30 hectares com o grão.
Na soja, os efeitos do longo período de tempo seco — há locais em que não chovia há mais de 60 dias — vão desde o não desenvolvimento, passando por crescimento abaixo do esperado e, em alguns casos, até a necessidade de replantio do grão. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS) reforçou, em reunião com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na segunda (13) o pedido para que seja aberta ampliação de 15 dias do zoneamento agrícola da cultura no Estado.
No caso do milho, existem perdas consolidadas no Estado, sobretudo no Noroeste, embora as estatísticas oficiais ainda não traduzam isso em números. Na propriedade de Maiquel, os prejuízos chegam a 75%, em relação ao esperado inicialmente, nos 11 hectares cultivados.
— Produtores de leite também sofrem com a estiagem, com silagem de péssima qualidade — completa ele.