Na propriedade de Cristiano Bolzan, em Cachoeira do Sul, no lugar em que deveria estar a lâmina d’água que hidrata as lavouras de arroz, o solo rachado é como uma cicatriz exposta dos estragos causados pelas estiagem no Rio Grande do Sul. Nem mesmo o sistema irrigado, que compõe a totalidade da produção dessa cultura no território gaúcho, tem conseguido evitar prejuízos. Os danos são verificados em 60% dos 130 hectares semeados com o cereal e também em áreas de soja, que somam 70 hectares de soja.
—A última chuva significativa que deu na região foi em 4 de novembro. Depois, foram de duas a três chuvinhas, de oito a 10 milímetros. Era um arroz para 180, 190 por hectare e vai acabar dando em nada — lamenta o produtor.
No município da Região Central, a área de arroz é de 25,58 mil hectares. Em razão da estiagem, a produtividade registrava redução de 30% em relação à estimativa inicial no levantamento no final de janeiro feito pelo Comitê da Safra, composto por Emater, Instituto Rio Grandense do Arroz, União Central de Rizicultores, Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura e Secretaria da Agricultura. Na soja, são 107,92 mil hectares, com redução de 49% sobre o esperado. Somando as demais atividades agropecuárias do município, o prejuízo, em faturamento, era estimado em R$ 749,84 milhões.