A colheita da melancia está em pleno andamento no Estado, e os resultados já estão sendo postos à mesa no setor. Se por um lado, para o consumidor, o cenário é bom, já que as frutas oferecidas nas gôndolas dos supermercados são fartas e de boa qualidade, de outro, para o produtor, o que pesa agora é o bolso.
De acordo com o gerente regional do escritório de Porto Alegre da Emater, Elias Kuck, o problema para esses agricultores está na comercialização e, consequentemente, no preço final do produto, que está baixo. Na safra passada, a fruta foi paga a pelo menos R$ 0,10 a mais.
— O poder aquisitivo dos consumidores está baixo e o escoamento da produção para o Sudeste, uma das principais regiões que compra a fruta gaúcha, está complicado, por causa de alagamentos em São Paulo e na Bahia — explica o técnico.
A estiagem, que está prejudicando culturas como a do milho e da soja, também começou a dar sinais negativos para a melancia.
— O que tem ocorrido é o aparecimento de manchas amareladas na fruta, que reduzem o preço pago por elas, mas não a qualidade. A doçura segue altíssima, a mesma das que foram colhidas a partir de novembro — diz Jamir Fortunato Dalenogari, extensionista da Emater de Arroios do Ratos.
Na safra passada, mais 1,3 mil produtores gaúchos colheram 218,2 mil toneladas da fruta em 11 mil hectares. Destas, só a Ceasa comercializou 40,9 mil toneladas.
E por falar em melancia, o município de Parobé começou ontem a sua 16ª festa em homenagem à fruta, que se estende até 16 de janeiro no município, na Rua Coberta da Praça Primeiro de Maio.
*Colaborou Carolina Pastl