Rico em nutrientes, o kiwi, fruta originária da China e popularizada na Nova Zelândia, tenta recuperar o terreno perdido no Rio Grande do Sul. Na última década, a área cultivada com encolheu 54% na Serra. A região concentra 90% da produção do Estado, que se mobiliza para resgatar a aposta na cultura. Uma das iniciativas é realização de dias de campo, quando técnicos da Emater ensinam o manejo adequado para manter inimigos longe dos kiwizeiros, já que a redução do espaço tem relação com a proliferação de um fungo.
No próximo dia 28, o evento será em Farroupilha, principal produtor. Entre os temas que serão tratados estão boas práticas agrícolas, ponto de maturação, manejo pós-colheita, de pragas (com foco nas moscas-das-frutas), tolerância genética como estratégia, poda e condução de pomar, fertilidade do solo, manejo da polinização e produção de mudas in vitro.
De acordo com Enio Ângelo Todeschini, engenheiro agrônomo do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, o dia de campo foi proposto para integrar o setor produtivo no combate ao Ceratocystis fimbriata, fungo que se desenvolve em solos úmidos e entope os vasos de transporte de água e seiva da planta, fazendo com que ela morra de sede. A transmissão se dá basicamente por ferramentas e mudas contaminadas.
— Não adianta comprar porta enxerto e variedades tolerantes ao fungo se o produtor não desinfeta as ferramentas de poda, por exemplo.
A cultura não está perdida, tem grandes chances de recuperação. Mas é preciso que todos colaborem — afirma.
Para a safra em andamento, com colheita em 2022, o inverno foi positivo, com muitas horas acumuladas de frio, o que é bom para a cultura. Mas ainda é cedo para estimar a produção. Neste ano, o volume colhido, em abril e maio, mais 10%, somando 2,9 mil toneladas no Estado, que tem 220 hectares e 282 propriedades gaúchas na atividade.
Sobre o dia de campo
- Como as vagas são limitadas, é preciso confirmar presença, até o dia 22, pelos telefones (54) 3261-1735 ou (54) 3261-6931
- O local do dia de campo será o salão da comunidade de Santo André, na Linha Jacinto, no município de Farroupilha
- A entrada é gratuita
*Colaborou Carolina Pastl