A pecuária de leite sempre foi algo familiar a Pauline Cichelero. Filha de produtores de Carlos Barbosa, cresceu vendo de perto a atividade e sabia que era nesse ambiente que queria ter uma profissão. Formada em Biologia e com pós-graduação em Gestão de Qualidade, acabou fazendo carreira na cooperativa Santa Clara, onde hoje é supervisora de qualidade de laticínios da marca. Pelas mãos da sua equipe passa a garantia de que todo produto está à altura das exigências sanitárias e do consumidor. Confira um pouco do caminho trilhado por ela até chegar à posição atual.
Qual o papel do supervisor de qualidade na indústria de leite?
Comecei na Santa Clara na indústria de leite longa vida. Na época, cursava Biologia. Em 2009, formada, surgiu oportunidade de ser encarregada de laboratório, área que gosto muito. Três anos depois, a supervisão de lácteos, que tem a parte de laboratório e o controle de qualidade dentro da indústria, a verificação de boas práticas. Acompanhamos análises, procedimentos, documentação. Diariamente, passo por indústria, laboratório, olho análises. Com a equipe de suporte, faz-se inspeções, avaliações, para ver se o produto está nos padrões.
E que padrões são esses?
Tem o que é determinado pela legislação, critérios auditados pelo Ministério da Agricultura. E temos de atender à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A outra parte são padrões internos, formato, condição, desde o recebimento do leite. São muitas pontas, esse é o maior desafio. Precisa ter pessoas de confiança, que fazem o trabalho permanentemente. A qualidade carrega o nome da marca.
E a formação em Biologia, como se encaixou na carreira?
A atividade rural em geral me atrai. Teria gostado de Medicina Veterinária, mas na época não tinha acesso. Optei pela Biologia e gostei muito da faculdade. Me encanta muito também a parte da natureza, de estar perto dos animais.
Que habilidades são necessárias para atuar na sua área?
Na parte de laboratório, precisa ser muito detalhista, porque, como toda análise tem um procedimento, se fizer a dosagem de um reagente a mais, isso interfere no resultado. Então, é preciso ter olho crítico. Hoje, na minha função, tem toda a parte de gestão, administração.
Como avalia as oportunidades para mulheres no agro?
Elas têm muito potencial. Precisam acreditar mais nelas e se expor mais, mostrar o que sabem fazer e também buscar o crescimento, querer, se esforçar. Internamente, onde trabalho, sempre tive oportunidades.